Híbrida
Devagar a passos pequeninos chegaste como quem fica
Verde laço, fita e ventre e vem e some, por hora e mais...
De volta, caminha, decide, sem métrica e sem medo
O Destino brincava de ser hoje mesmo e te aguardava
Nos ouvidos outra língua, na boca a mesma
Doce memória do tempo em que éramos só nos
Aquele beijo que tomou espaço de outros todos
Poderia ter sido qualquer, mas foi único
Soube de pronto que era pra sempre
Embora isso nunca tenha sido consenso
Tempos distintos, mundos distantes
Diversos e prosa gostávamos de descombinar
Bastaram alguns encontros e éramos já belos dois
Era gostoso ser bobo e ficar quietinho observando
A coreografia aleatória dos teus gestos escolhidos,
E... S O B R E T U D O a sua dislexia verbal transformando um “Bom Dia” em poesia
Brincávamos de começar e eu nem me dava conta da primazia
O poeta profeta da grande avenida falou do tempo e dos amores
Apaixonados que éramos trocamos juras e beijos
Estes perdidos na memória, aquelas no esquecimento
Antes mesmo de partir, a ausência decididamente chegou
Alterou os relógios antes mesmo dos confusos bizarros
Tivemos medo e pressa pra matar a saudade futura
Vivemos tudo e tanto, amamos os instantes todos
Desafiamos a lógica misturando nossos eus,
Era impossível não crer no que era provável
Os relógios mudos nem mais as horas contavam
“The impossible is possible tonight”
Tornamos o dia de todos particularmente nosso
Só a música conseguia acompanhar o nosso ritmo
A cada acorde nessa noite de harmonia ímpar
Eu era todo você, em japonês, em italiano, em inglês...
Como nos bosques e alamedas para o jovem Werther
Na serra foram escritos capítulos singulares
Lá longe e frio, nunca foi tão quente e perto
Faria tudo de novo só pra te ver segurando a xícara
Voei com as esperanças de jovem apaixonado
Vivi de foto, perfume e de bicho de pelúcia
Uma estrofe sobre ausência podia só não existir
Para dar conta de seu mote essencial
Mas a vida é encontro, e você de volta foi simples
Foi simplesmente o sentido e o som, o senso e o sol
O tempo foi sumindo no seu passinho pequeno
E você me sorriu... e era natural... e era você
Agora, ontem e na atemporalidade do quando
Mesmo se não parecer será sempre espera
Na sombria imaterialidade do como
Lá onde habita essa idéia de não você, de não eu,
Junior Vieira
mercredi 10 février 2010
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